Ela é reta, sem gordura e rígida, mas sem os músculos aparentes da famosa ?tanquinho?
Depois da barriga tanquinho, agora é a vez da barriga negativa. A primeira, marcada pelos gomos aparentes, talhados por suados exercícios de hipertrofia, vem perdendo lugar na preferência das mulheres, que se esfalfam nas academias para terem o abdome de modelos como Gisele Bündchen e Raica. A barriga deve, sim, ser forte, mas reta, sem nenhum vestígio de gordura, tanto que o estômago chega a se curvar um pouco para dentro - daí o nome de barriga negativa.
"Hoje as mulheres desejam uma aparência mais feminina", diz Saturno de Souza, de 42 anos, diretor da Bio Ritmo Academia. "Se você fala em hipertrofia, ou seja, de treinos com anilhas e pesos, as alunas querem sair correndo." E não é por causa do esforço.
"Faço academia cinco vezes por semana. Meu treino é puxado. Corro na esteira e faço abdominais três vezes por semana, e musculação e alongamento, todos os dias", diz a estudante de Fisioterapia, Caroline Quaglio, de 21 anos, que treina para ter a barriga negativa. "Dou duro, mas não quero barriga musculosa como a de homem."
Os exercícios aeróbios - correr, andar de bicicleta ou nadar - são importantes no processo. "Por uma questão genética, a mulher tem mais gordura do que o homem", diz Mauro Guiseline, diretor do Instituto de Pesquisa Runner. "A dica é praticar algum exercício aeróbio de três a quatro vezes por semana, mas sempre alternando o treino. Num dia, o ritmo é mais intenso, no outro, mais relaxado. Se quiser um resultado rápido, pratique todos os dias."
ALIMENTAÇÃO
É necessário controlar a quantidade e a qualidade da comida no prato. "A primeira medida é diminuir a ingestão de carboidrato, que preferencialmente deve ser ingerido meia hora antes do treino", diz Guiseline. "Nessa hora, o carboidrato ajuda: dá mais energia para o treino e não engorda. Mas nem pensar em comer pão de queijo ou outros alimentos de farinha branca. Eles se transformam em açúcar muito rápido. Prefira produtos integrais."
Os especialistas evitam usar a palavra dieta para que os alunos não pensem em regimes malucos à base de atum e batatas, por exemplo. "Quem treina precisa comer bem. E isso quer dizer ingerir fibras, vegetais, carnes magras e fruta, desprezando a gordura, sempre que possível", explica Guilherme Moscardi Monteiro, coordenador do departamento aquático da Reebock Sport Club, da Vila Olímpia.
Na hora de fazer os abdominais específicos (leia quadro de dicas), é fundamental tomar cuidado com a forma de executá-los. "Praticar abdominais com a respiração bloqueada, com apnéia, é um erro freqüente. O efeito é contrário, e a barriga fica dilatada", diz Souza.
Os trabalhos chamados de bodymind também são indicados. "Entre eles, o pilates, que exercita o assoalho pélvico, um conjunto de músculos que segura intestino e vísceras", diz Fernando Recco, de 44 anos, um dos sócios da Academia Pilates Studio Fit. "Abdome é a base para a execução de praticamente todos os exercícios do pilates. Isso quer dizer que, mesmo quando você exercita o braço, de tabela trabalha a barriga."
DICAS
Abaixo, o professor Mauro Guiseline indica 5 tipos de abdominais, executados sempre em três séries de 20 repetições, intercalados com descansos de 45 segundos. Já nos exercícios de isometrias é mais importante a permanência (de 20 segundos) do que a repetição (de 3 a 5).
1. Deitado num colchonete, com as pernas flexionadas, eleva-se o tronco com as mãos cruzadas atrás da cabeça. É o abdominal mais básico
2. Este é igual ao básico, mas com rotação do tronco na subida. O cotovelo direito vai em direção ao joelho esquerdo e o cotovelo esquerdo em direção ao joelho direito (3 séries para cada lado)
3. O tronco fica fixo no chão. Puxam-se os joelhos em direção ao abdome, tirando o quadril do colchonete. As pernas voltam flexionadas para o chão
4. A prancha é exercício de isometria. Com a barriga para baixo, apóiam-se os dois antebraços, estendendo-se as pernas, apoiadas nas pontas dos dedos dos pés. Fique assim por 20 segundos.
5. Para a prancha lateral, fique de lado. Eleve o corpo, apoiando o peso no antebraço e nos pés. Permanência de 20 segundos.